Vamos manter essa Coluna em 2015 minha gente! Vamos animar isso
aqui! E para começar o ano bem, eu trago palavras de Veronica Roth, a autora da
trilogia Divergente. Vamos falar sobre o fim dessa trilogia, para ser mais
especifica.
Não preciso avisar que há spoilers aqui, né?
Bem, o pronunciado é antigo sim, lá de 2013, mas achei muito válido trazer para cá. Não com o intuito de mudar opiniões, nem nada disso. Assim como a autora já diz, você pode continuar, odiando, amando, enfim... trouxe apenas, para mostrar uma outra visão do final da trilogia, que arrancou lágrimas de muitos e gerou revoltas.
"No meu programa de escrita e criação na faculdade, nós tínhamos uma regra: durante o workshop, quando a sua história está sendo criticada, você não tem a permissão de falar nada. Isso é para dar aos seus companheiros a liberdade de interpretar o seu trabalho e apontar as falhas sem que você as aponte; e é também porque a sua defensa na verdade não significa nada, mesmo que você acha que signifique. Se suas explicações e intenções não são claras para os leitores, são borradas dentro do texto, isso não é culpa do leitor, é culpa do autor.
Antes de eu começar, eu vou falar algumas coisas:
2. Só porque eu tentei fazer algo com a minha escrita, não significa necessariamente que eu faça isso bem, então há espaço para dizer “ Ok, eu entendo o que você está dizendo, mas eu não acho que o que você está tentando fazer funciona.”
Não preciso avisar que há spoilers aqui, né?
Bem, o pronunciado é antigo sim, lá de 2013, mas achei muito válido trazer para cá. Não com o intuito de mudar opiniões, nem nada disso. Assim como a autora já diz, você pode continuar, odiando, amando, enfim... trouxe apenas, para mostrar uma outra visão do final da trilogia, que arrancou lágrimas de muitos e gerou revoltas.
A autora postou o seguinte
texto em seu blog, (caso você esteja com preguiça de enfrentar tantos
parágrafos, eu destaquei em negrito, as partes mais importantes em relação ao
final do livro e a perspectiva da autora quanto a isso).
Respondendo
aos comentários dos leitores sobre os livros de Divergente sempre pareceu do
mesmo jeito para mim, como se fosse eu gritando com outras pessoas enquanto eu
deveria deixar que falassem livremente, e tão ruim quanto algumas críticas
machuquem (e machucam, porque eu sou só uma humana), eu nunca nunca quis isso.
Então,
isso não é o que eu estou tentando fazer aqui. Muitas pessoas tem me perguntado
porque a Tris morre no final de Convergente, e o que eu quero fazer aqui é
responder aquela questão tão bem quanto eu posso. Mas se vocês estão
preocupados que minha voz se sobressaia sobre a sua própria, por favor, pare de
ler esse post – essa é a última coisa que eu quero. Eu não quero falar para
vocês como ler esses livros ou até mesmo falar para vocês que tem um jeito
certo de lê-los. Eu só quero oferecer a vocês um insight sobre como eu,
pessoalmente, encontrei o caminho para esse final, se vocês estiverem
interessados em saber.
Antes de eu começar, eu vou falar algumas coisas:
1.
Vocês todos estão permitidos – encorajados! – a continuar sentindo do jeito que
vocês se sentem, ou pensando do jeito que vocês pensam, sobre esse final, não
importa o que esse post fale. Sim, eu sou a autora, mas esse livro agora é tão
de vocês quanto é meu, e nossas vozes são iguais nessa conversa.
2. Só porque eu tentei fazer algo com a minha escrita, não significa necessariamente que eu faça isso bem, então há espaço para dizer “ Ok, eu entendo o que você está dizendo, mas eu não acho que o que você está tentando fazer funciona.”
Eu
disse a vocês antes que esse final sempre foi uma parte do plano, mas uma coisa
que eu quero deixar claro é que eu não o escolhi para chocar alguém, ou para
chatear alguém, ou porque eu sou cruel com os meus personagens –não, não, não.
Eu posso ter sido cruel com outros personagens no passado, mas não com ela,
nunca com ela. E eu não estava pensando em nenhum leitor quando eu escrevi esse
livro; eu estava pensando na história, porque tentar atender as expectativas de
tantos leitores seria paralisante. Não tem jeito de agradar a todos, porque
livro místico com o final que cada uma das pessoas quer não existe – você quer
coisas diferentes, cada um de vocês. A única coisa que eu posso fazer, baseado
nesse fato, é escrever um história honesta o máximo que eu puder.
O
que aconteceu com os pais de Tris no final de Divergente foi, de alguma forma,
o catalisador para o resto dos livros. Antes desse ponto, Tris rejeitou os
valores e crenças dos seus pais de um jeito bem tangível quando escolheu a
Audácia. Ela batalhou do início ao fim de Divergente para reconciliar duas
identidades: a sua identidade da Abnegação, a qual o Quatro mostra a ela, e sua
identidade da Audácia. É logo após a sua mãe desistir da sua vida foi que Tris
percebeu como àquelas duas identidades se encaixam, combinando altruísmo e
bravura e amor pela sua família, e amor pela sua facção tudo junto sob um
guarda-chuva: Divergente. É um momento de triunfo seguido por um momento de
total devastação, quando Natalie morre para que a Tris possa escapar. E então
Andrew morre logo depois.
A
morte dos pais da Tris foram momentos reveladores, para Tris e para mim. Para
Tris, eles pareceram acordá-la para o poder de se auto sacrificar pelo amor;
ela mais tarde entrega a arma para o Quatro em vez de matá-lo, essencialmente
dar a vida dela em vez de tirar a dele. Ela disse algo naquele momento sobre o
poder do auto sacrifício, mas as suas ações não se aplicam esse poder da melhor
maneira – deixar que ela mesma seja morta, naquela hora, foi talvez nobre em
uma perspectiva romântica, mas não teria salvado a Audácia de serem zumbis
controlados por simulações, e não teria salvado o Tobias da sua própria
simulação.
Para
mim, a morte dos pais da Tris me fez perceber que apesar dela ter abandonado a
facção dos pais, ela nunca foi capaz de separar ela mesma deles, nunca quis
fazer; que o verdadeiro desafio da personagem dela, aquele que ela nunca foi
capaz de abrir mão, foi descobrir como honrar os pais dela enquanto mantêm sua
distinta identidade. Essa foi sua dificuldade em Divergente, de um jeito sutil,
mas também foi também a sua dificuldade de uma maneira mais óbvia em Insurgente.
Tris
passou Insurgente guerreando com a culpa e aflição por causa da morte de seus
pais e das suas ações precipitadas em atirar no Will para salvar sua própria
vida (o que é o oposto do que ela fez pelo Tobias, além de mostrar que a Tris
ainda não tinha percebido naquele ponto como ser altruísta). Os atos
“altruístas” ela pensou estar fazendo em Insurgente – subindo desarmada durante
o ataque Audácia-Erudição, espionando a conversa de Max com Jack Kang sem uma
arma, e se entregar para o complexo da Erudição quando foi pedido para ela não
ir – foram mais auto destrutivos que qualquer coisa. Ela racionalizou aqueles
atos auto destrutivos os chamando de altruísmo, mas quando ela estava prestes a
ser executada, ela percebeu que os pais dela não deram a vida por ela só para
que ela pudesse morrer quando não fosse necessário. Ela percebeu que ela queria
viver.
Ela
emergiu daquela quase execução com uma nova maturidade: ela apreciou a sua
própria vida, ela queria resolver problemas sem recorrer a violência, ela
buscou a verdade em vez da destruição. Aquela Tris ainda não havia descoberto o
que altruísmo era para ela, mas ela havia descoberto o que não era: auto
aniquilação.
Foi
assim que a Tris foi no início de Convergente. Ela não estava mais arriscando
sua vida sem razão. Ela ainda estava lutando com as sua crenças sobre altruísmo
– mas nessa hora, ela estava pensando se o Caleb, quando se voluntariou para ir
para um missão sem volta até o laboratório de armas foi motivado pela culpa ou
pelo amor. Ela lutou com a decisão de se deixar o Caleb se sacrificar foi ético
pelo resto do livro. E, enquanto ela estava lutando com essa decisão, ela
também estava lutando com a sua própria identidade; seu constante
questionamento sobre o que é altruísmo estava inextricavelmente ligado com o
seu senso de ser, como foi nos últimos dois livros. Essa luta finalmente veio a
cabeça quando ela e Caleb estavam correndo até o laboratório de armas e ela
disse: “Ele é uma parte de mim, sempre será, e eu sou uma parte dele também. Eu
não pertenço a Audácia, Abnegação ou até mesmo a Divergente. Eu não pertenço a
Bureau ou a experiência ou a fronteira. Eu pertenço as pessoas que eu amo e
eles pertencem a mim – eles, e o amor e a lealdade que dou a ele, formam mais a
minha identidade que qualquer palavra ou grupo jamais formarão.” (455)
Depois
disso, Tris entrou no mesmo papel que seu pais fizeram quando eles morreram por
ela. Ela amou e deu sua vida pelo Caleb mesmo depois dele ter traído ela, da
mesma maneira que seus pais amaram e deram sua vida por ela depois que ela os
deixou pela Audácia.
Mas
dessa vez, diferente de Insurgente, o ato não foi auto destruidor. O
relacionamento peculiar da Tris com os soros é que ela foi capaz de derrotá-los
(como na simulação do medo na Audácia e o soro da verdade na Franqueza) a não
ser que em algum momento ela queria que eles funcionassem (como no soro da paz
da Amizade). Então, quando ela passou pelo soro da morte fora do laboratório de
armas e ele não a matou, aquilo sugestionou que ela não estava buscando sua
própria destruição. Ela estava realmente agindo por amor ao Caleb.
No
final, ela teve uma conversa com David onde ela disse a ele suas crenças sobre
sacrifício, que deveria ser por amor, força e necessidade. Aquela era uma Tris
que sabia no que acreditava sobre o altruísmo. Que sabia quem ela era. Que
sabia o que ela queria fazer. Em cada livro ela tentou emular o sacrifício dos
pais, e em cada livro ela não parecia entender o que aquele sacrifício
realmente era, até Convergente, quando ela teve um forte senso de identidade,
quando ela teve um entendimento perspicaz sobre o que ela (e seus pais)
acreditavam sobre altruísmo, que sua jornada havia acabado.
Eu
pensei em buscar com a minha mão de autora e arrancá-la daquela situação
horrível. Eu pensei e agonizei sobre isso. Mas para mim, isso pareceu desonesto
e emocionalmente manipulável. Esse foi o final e ela o escolheu, e eu senti que
ela mereceu um final que era tão poderoso quanto ela era.
Em
Insurgente, antes da sua “execução,” ela gritou para nada, “Eu ainda não
acabei!”
Em
Convergente, ela perguntou a sua mãe, “Eu acabei?”
E
sua mãe falou, “Sim. Minha querida criança, você fez tão bem.”
Eu
entendo estar chateado pela perda de um personagem que você se importa, e eu
estou tão alegre que vocês se importam com ela, porque eu também me importo. Eu
estou orgulhosa da maneira como esse final se espelhou naqueles dos outros
livros, da maneira como ele se refletiu nas perdas realísticas (dado a
configuração distópica e perigosa) dos outros livros, na maneira como mostrou
da maneira que a Tris é verdadeiramente feita, e na maneira que concluiu sua
duramente merecida transformação. Eu acho que o amor dela pelo irmão é bonito,
poderoso.
Eu tenho ouvido uma grande
extensão de reações sobre o livro, e eu aceito e respeito todas as reações como
válidas. Mas meus sentimentos pessoais sobre o final não mudaram. Eu vou sentir
falta dela, aquela voz da Tris na minha cabeça. Mas eu também estou tão, tão
orgulhosa da sua força."
Algo bem interessante para mim que sou uma odiadora assídua de
spoilers, é que foi esse texto o responsável pelo meu interesse em ler a trilogia, encantada com a profundidade
que a autora descreve, contando que a personagem, aprendeu pelo que vale a pena
se sacrificar e doar sua vida. E eu quis conhecer a jornada que transformou a
personagem em alguém capaz de sacrificar sua própria vida. Alguém com tamanha força para isso.
*Tradução da equipe do Divergente Brasil.
Oii Que blog lindo adorei seu blog que coisa linda amei amei de verdade moça você e caprichosa em!! A ja estou seguindo para poder acompanha de pertinho o seu trabalho!!!! Ei agora to te esperando no meu blog espero que se conheça também ahaha Deixa um comentário la para eu ficar feliz ok ok !!!
ResponderExcluirwww.politicamenteincorreta.com
Olá, boa noite!
ResponderExcluirVim conhecer e seguir o seu blog.
Suas postagens são muito interessantes.
Um beijo e sucesso. Feliz 2015. Bjs
http://juliana-editions.blogspot.com.br/2015/01/precisa-de-ajuda-com-o-blog.html